

Parque de Merendas
Neste ponto, poderá contemplar a linda paisagem com a Vila de Sardoal como pano de fundo.
O parque de merendas oferece mesas para fazer piqueniques, bem como um pequeno parque infantil, aparelhos de manutenção e estruturas de apoio como wc e ponto de água.
Ali bem perto, encontra-se o Restaurante D. Vinho, onde poderá degustar pratos típicos da região.
Depois, siga viagem para o próximo ponto na vizinha Cidade de Abrantes.
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Aqui, entre apolíneas árvores e maviosas relvas, como lá na vila, sobre caminho calcetado ou ladrilhado, passeia-se gente com seus enredos. Até no folguedo se carrega as urdiduras que constituem a vida em sociedade e, desse modo, cada um fica exposto no seu íntimo. É na convivência que mostramos quem somos.
A voz do dramaturgo está no fundo da voz das personagens. Por isso, eis Gil Vicente a ser anjo e diabo, a julgar moralidade, a decidir quem entra nesta ou naquela barca. Amores para um lado, ódios para outro. É assim aqui, debaixo do voo das aves, é assim no Sardoal, no universo e também no auto de Gil Vicente, onde o anjo faz a destrinça entre os que reparam nos outros e os que apenas se conseguem ver a si próprios. Amores para um lado, ódios para outro.
Seria tão bom esquecer os ódios, ignorá-los e, desse modo, fazê-los desaparecer. Infelizmente, os despeitos e as invejas também contam uma história, habitada por fulano que se sente injustiçado e culpa sicrano, por sicrano que tem medo e culpa beltrano, por beltrano que não sabe de onde vem a dor que o faz culpar qualquer um que apanhe a jeito. Os ódios exis- tiram e continuarão a existir, esquecê-los e ignorá-los é um perigo. Que se citem estas palavras perante o rosto dos ódios. Assim, saberão que não estamos desprevenidos, há muito que os esperamos.