

Museu dos Rios e das Artes Marítimas
- Constância
- 39.47665, -8.33877
O museu dos Rios e das Artes Marítimas foi criado a 11 de abril de 1998 com um acervo constituído, principalmente, por coleções de etnografia fluvial, com especial relevo para os instrumentos de trabalho e miniaturas de embarcações tradicionais.
A área do Museu está dividida em três espaços principais, sendo o primeiro dedicado à pesca, o segundo reservado ao transporte fluvial e por último uma área destinada à construção naval. Além disso, ainda possui uma pequena sala que representa a festa anual em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, protetora dos marítimos.
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No museu, está o rio. E, no entanto, podemos abrir portas e janelas, o rio não quer fugir, esta é a sua casa. Exposto nas paredes do museu, o rio recebe as nossas visitas como se mergulhássemos a mão até ao pulso, sentíssemos a temperatura e a força da corrente. Uma enciclopédia, cheia de certezas, poderá afirmar que são dois rios, o Tejo e o Zêzere. Sim, é certo, também dentro da enciclopédia correm rios, atravessam páginas e alfabeto, mas quem pode separar rios que decidem unir-se?
No museu, está um barco. Repara como é útil: com o barco do museu podemos navegar no rio do museu. Então, as artes marítimas serão tudo o que precisaremos para entender a vida. Uma parte dos rios é tempo, um galho que flutua da nascente à foz, essa é uma direção que conhecemos bem. Com o barco do museu, navegaremos no que fomos, na memória que já temos, mas também no que foi Constância, estas ruas diante das águas, também elas um caminho de pais e avós infinitos, pais de pais, avós de avós.
No museu, está o percurso que fizemos até aqui e, como um grande leito em movimento, o percurso que já nos espera. Possamos nós distinguir todos os rios que nos cercam, atravessam e preenchem. Sejamos nós capazes de manejar todos os barcos de que precisamos para navegar.