Caminhos Literários
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Igreja da Misericórdia

Ao descer a Vila em direção ao próximo ponto, a Igreja da Misericórdia, irá passar no Centro de interpretação que se encontra no interior da Capela de Nª. Sª. do Carmo.

Depois de passar pelo Pelourinho chegou à Igreja da Misericórdia.

Esta Igreja data do ano de 1370, quando D. Fernando e D. Leonor se refugiaram em Abrantes para fugir à peste que estava a devastar a cidade de Lisboa.
Segundo reza a história, a rainha D. Leonor recebeu o convite para vir até Sardoal, devido às várias fontes da Vila  que respondiam a vários tipos de doenças. A monarca gostou de tal maneira da vila que decidiu mandar construir ali uma pequena ermida. Foi criada uma confraria que passou a receber doações de fiéis. As dádivas ultrapassaram as despesas, permitindo ajudar os mais desfavorecidos.
A capela original foi em 1551 substituída pela atual igreja.

A nível arquitetónico, destaque para o pórtico renascentista da fachada principal, de pedra de Ançã, atribuído a João de Castilho. Carregada de pormenores, que podem passar despercebidos, esta obra meticulosa expressa o cuidado com os mais necessitados.

O acesso é condicionado.

Marcação no Posto de Turismo ou Santa Casa da Misericórdia de Sardoal.

Bem perto, encontra-se outo ponto: a Igreja Matriz.

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[Onde, José Luís Peixoto]

Era uma pedra da natureza. Calcária de Ançã, existia sem nome entre terra e intempérie. Num dia do século XVI, esculpiram-lhe esta forma e passou a ser um dos anjos no topo deste portal. Dedica toda a atenção a Nossa Senhora da Misericórdia, também ela de pedra, de rosto erguido aos céus.

Como um rio invisível, todos os sardoalenses passaram debaixo deste portal. A pedra a falar-lhes de eternidade, a erosão da pedra a falar-lhes de misericórdia. Ao darem um passo, todos os sardoalenses ficaram diante daquele que, no altar-mor, é filho e pai, de braços abertos para recebê-los e para lembrar-lhes o sacrifício. No século XVII, antes de ser esculpido com esta forma, era madeira de uma árvore.