Caminhos Literários
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Convento de Santa Maria da Caridade

Datada de 1571, a igreja foi construída pelos monges Franciscanos da Província da Soledade.

Em 1676 é ampliada e reedificada por decisão de D. Gaspar Barata de Mendonça, primeiro Arcebispo da Baía e Primaz do Brasil. A nível arquitetónico, a igreja apresenta uma só nave de abóbada caleada, altar-mor e duas capelas laterais.
O retábulo do altar-mor é de talha do século XVII. Os restos mortais de D. Gaspar Barata de Mendonça repousam num mausoléu assente sobre três leões e ao alto o brasão familiar.

Da parte baixa do altar fazia parte um raro Oratório de madeira lacada de negro e decoração a pó de ouro, prata e cobre, com incrustações de madrepérola, ferragens de cobre trabalhado e dourado e pintura a óleo sobre cobre, mas esta peça de arte NAMBAN encontra-se agora guardada noutro local, por questões de segurança. O Oratório foi doado, a 7 de setembro de 1670, por Dona Jerónima de Parada, viúva de Gaspar de Sousa Lacerda, que se encontra sepultada aos pés do altar.

Não deixe de visitar, também, a capela do Senhor dos Remédios.

O Acesso é condicionado.

Marcação no Posto de Turismo ou Santa Casa da Misericórdia de Sardoal.

Descendo as escadas próximas, pode apreciar os freixos, árvores centenárias vindas nas naus dos marinheiros sardoalenses, trazidas do Japão.

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[Onde, José Luís Peixoto]

A igreja e o convento inteiro são como uma montanha construída pelo humano. É uma montanha dedicada ao Divino. Representa-O e, através desse gesto criador, imita-O. Por isso, quando estamos no seu interior, humanos, escritos com letra humilde e minúscula, estamos no interior de uma montanha.

Lá dentro, a luz é escassa. Ainda assim, raios de luz entram por onde podem, são refletidos pelas paredes brancas e chegam ao fundo de nós. Conseguimos vê-los, mesmo quando fechamos os olhos. No entanto, apesar de todo esse esforço, lá dentro a luz não é tão abundante como aqui, debaixo do próprio céu. Parece-me agora que talvez devesse escrever a palavra céu com maiúscula.